Perceber o processo de modernização implementado no Brasil nos séculos
XIX e XX como mecanismo que conferiu invisibilidade a muitos
atores/atrizes sociais é de fundamental importância. Fazer com que os
indivíduos percebam, que o discurso proferido com o advento da
modernidade excluía da vida social, muitos sujeitos sociais contribui
para trazermos à tona novas perspectivas históricas, diferente daquelas
abordadas pela maioria dos livros didáticos.
Nessa perspectiva, é
relevante perceber que os referenciais culturais das mulheres foram
reduzidos, ao longo da história, na representação de que o feminino
está ligado “naturalmente” às funções ligadas ao cuidado da casa, do
marido, dos filhos. Dessa forma, ficou pré-estabelecido que às mulheres
cabe apenas desempenhar funções que se enquadram nesse perfil, ou seja,
em profissões tipicamente femininas. Tal imagem é ensinada e reforçada
quando atribuímos ações e comportamentos típicos às meninas e aos
meninos.
Definem-se, nesse contexto, ações e discriminações
relacionadas ao gênero, as quais foram construídas ao longo do processo
histórico e reforçados com o discurso masculino dos intelectuais
modernistas. Desse modo, são estabelecidos estereótipos que perpetuam
ainda mais a exclusão de muitos atores e atrizes sociais tão
importantes para a construção do Brasil.
É preciso abordar tal
realidade com o intuito de romper com preconceitos existentes em
relação à figura feminina. O processo de modernização implementado no
país por médicos, advogados, arquitetos, intensificou ainda mais para a
invisibilidade feminina. Assim, relacionar o conceito de modernidade
com o processo de exclusão feminina, fornecerá elementos capazes de
olhar com nova roupagem os fatos históricos e os preconceitos
existentes.
(Fabrício Sprícigo)
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