A existência/permanência do orientador educacional é,
constantemente, objeto de questionamento
no contexto escolar. Balestro (2005) registra que "os orientadores
educacionais deixaram a banda passar sem dar a sua contribuição, isto é,
sem fazer parte dela. Eles ficaram em cima do muro e calados. Perderam um
espaço para demarcar o seu território na educação e a sua função social”.
Não há dúvida de que a orientação educacional seja necessária ao
processo educacional. Existe uma ligação entre tal prática e a própria
educação, visto que na raiz da palavra educação
encontra-se "orientar, guiar, conduzir o aluno". Em outras palavras,
o papel do orientador educacional deve ser o de mediador entre o aluno, as
situações de caráter pedagógico e as situações socioculturais que permeiam a
educação.
Indisciplina, agressividade, desinteresse,
dificuldades de aprendizagem - queixas
comuns de educadores - não devem ser
tratadas isoladamente e, sim, a partir de um estudo das relações
"professor-aluno, aluno-conteúdo, aluno-aluno,, aluno-comunidade,
professor-comunidade".
A orientação, hoje, deve estar mobilizada com outros fatores que
não somente cuidar e ajudar os 'alunos
com problemas'. Há, portanto, necessidade de
inserir-se em uma nova abordagem de Orientação, voltada para a
'construção' de um cidadão que esteja mais comprometido com seu tempo e sua
gente. Pretende-se trabalhar com o aluno no desenvolvimento do seu processo de
cidadania, trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtido através
do diálogo nas relações estabelecidas. (GRINSPUN, 1994)
Nesse processo de
transformação, o papel da Orientação Educacional passa a ter como ação fundamental, a leitura crítica permanente do desenvolvimento
do aluno e sua interação como força de interação social por meio da colaboração mútua
e do exercício de construção coletiva como possibilidade de desencadear experiências inovadoras.
Assim,
atualmente, é preciso conceber a
Orientação Educacional com atribuições
eminentemente pedagógico-sociais e não, tão somente, psicológicas. É necessário ir além de uma visão fragmentada e assumir
o compromisso de que todo educador é, por essência, um orientador na educação, no
ensino, e participante ativo na (re) elaboração, execução e avaliação do
projeto ensino-aprendizagem da instituição educativa.
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